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Instituto Tecnológico de Aeronáutica

O papel do ITA no setor espacial brasileiro

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) nasceu em 1950, com a missão de formar engenheiros de qualidade, capazes de criar um setor aeronáutico brasileiro, mas também capacitou recursos humanos para fomentar as pesquisas espaciais brasileiras.

O setor aeroespacial teve seu auge mundial durante a corrida espacial entre os Estados Unidos e a, então, União Soviética. Após os soviéticos lançarem o primeiro satélite (Sputnik) e o primeiro homem ao espaço, o presidente americano John F. Kennedy, afirmou que os americanos chegariam à Lua, o que resultou em grandes investimentos em pesquisas.

No mesmo período, em âmbito nacional, as primeiras movimentações em direção às pesquisas espaciais aconteceram em 1961, quando se criou o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais. A partir de então, a perspectiva estabelecida foi que o Brasil deveria ser capaz de desenvolver satélites, de responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), criado em 1969, e os lançadores, sob responsabilidade do então Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD) da Aeronáutica, originado em 1954.  

“Podemos sim dizer que há a influência do projeto Apollo no Brasil, tanto que em 1969, o Programa Espacial Brasileiro já era composto por uma parte civil e outra militar”, afirma o Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Luiz Fernando de Aguiar.

Ao longo desses 50 anos, o setor aeroespacial impulsionou tecnologias de diversos segmentos. Inúmeros produtos, que hoje estão à disposição da sociedade, surgiram devido às pesquisas espaciais: exames de tomografia computadorizada, câmera digital e sistema GPS são alguns desses exemplos. O aumento da importância do setor se reflete em uma nova corrida tecnológica e agora conta também com investimentos privados.

No Brasil, o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) orienta o Programa Espacial Brasileiro e tem três focos estratégicos principais: sociedade, indústria e autonomia (baseada em satélites, lançadores e infraestrutura). No âmbito da Força Aérea, é possível notar a expansão da atuação no setor, com 10 unidades voltadas para o setor espacial, desde o ITA, responsável pela formação de profissionais, passando por organizações que atuam em pesquisa e desenvolvimento, aplicação operacional, implantação, coordenação, controle, além dos centros de lançamentos.

O ITA criou o curso de engenharia aeroespacial no ano de 2010 e a formação permite aos alunos trabalharem tanto em satélites quanto em lançadores. Para o Professor Luís Eduardo Loures da Costa, coordenador do Centro Espacial do ITA, “houve uma explosão de pequenos satélites nos últimos anos e o Brasil está trabalhando forte para se manter alinhado com os desenvolvimentos internacionais”. O ITA tem um nanossatélite no espaço e trabalha em conjunto com a NASA e o INPE na construção de um novo nanossatélite para pesquisas de clima espacial. O ITA ainda faz parte das organizações envolvidas na Missão Garatéa-L, que visa colocar um nanossatélite brasileiro na órbita da Lua em 2022.

Já o aluno do 5º ano de engenharia aeroespacial Arthur Durigan Bahdur acaba de retornar de uma competição internacional de foguetes que aconteceu nos Estados Unidos. Ele conta orgulhoso que, mesmo não tendo conquistado o pódio na prova, retornar com 5 condecorações, sendo uma menção honrosa por apresentar uma solução de teste que os próprios organizadores prometem adotar. “Foi uma experiência única, pois pudemos conhecer diferentes projetos de foguete e estar entre os profissionais do futuro da engenharia aeroespacial”, completa Bahdur.

São José dos Campos é o maior cluster aeroespacial do país e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial é o maior complexo nacional do setor. Nele temos desde a formação de recursos humanos até a transferência tecnológica para indústria. Dessa forma, a Força Aérea atua em todo o ciclo de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias espaciais. “Nosso trabalho é contínuo para contribuir com o avanço científico e tecnológico do país e consolidar a indústria nacional, cooperando também para o fortalecimento econômico do setor aeroespacial”, finaliza o Tenente-Brigadeiro Aguiar.

 

Fonte: Divisão de Comunicação Social 

Publicado em 19 de julho de 2019.